sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Trabalho Sujo

Rose já foi líder de torcida no ensino médio, era a garota mais gostosa e amada do colégio e pegava o cara mais gostoso e amado também. Hoje é uma doméstica de trinta e poucos econômicamente instável e com um filho suspeitamente hiperativo, soma-se a isso ser uma norte-americana em pleno 2008 ano em que estourou a bolha imobiliária e a parcial decadência do sistema financeiro capitalista no ocidente. 
Há já alguns anos que o conhecido morto-vivo "American Way of Life" (pra quem não sabe é literalmente o jeitão americano de ser) está gasto, e deteriorou-se muito mais após a crise que em 2011/2012 mudou de endereço aliviando um pouco os sobrinhos do Tio Sam, agora ela mora na Europa mas ainda dá umas voltas aqui pelas Américas e até no Oriente, esse jeitão de ser americano marco desse povo há muito, desde quando os puritanos desembarcaram naquela terra e anos depois lutaram contra a Monarquia Britânica e suas imposições, buscando liberdade e riqueza às custas de seu árduo trabalho, essa posição de defender o que é seu e seus interesses a pau e pedra foi o que fez os EUA tornar-se o que são hoje ou até a alguns anos atrás, um gigante de aço de alto poderio militar e econômico (e que distribui(a) renda muita bem) que ajudou a moldar o mundo moderno do jeito que hoje o conhecemos.

"Trabalho Sujo" (Sunshine Cleaning) é um típico filme crítico americano destinado ao resto do mundo que sinaliza que alguma coisa não vai bem ao Norte, mas isso tem solução: PAZ E AMOR MODERADOS COM SENSATEZ. 
Rose e a irmã descobrem que limpar sangue e fluídos corporais de cenas de crimes dá uma boa grana, dando duro abrem sua própria empresa do ramo, mal elas sabem que apesar de precisarem apenas limpar o sangue dos que se foram precisam também lidar com os sentimentos dos que ficaram inclusive os delas.
De super popular do High School a zero a esquerda lutando para voltar a direita Rose e todos os outros personagens do filme percebem um pouco tarde que o mundo não é nenhum mar de rosas mas também não é uma estrada de espinhos é só o MAIOR LUGAR COMUM JÁ CONHECIDO onde é preciso inevitavelmente encarar os problemas quando esses aparecem. Muitos problemas, aliás o que faz o filme tropeçar um pouco, ele não fala especificamente da crise, da falta de emprego e amor etc, ele tenta ser um painel  amplo sobre a sociedade de hoje, mas não alcança a amplitude desejada aborda assuntos que são problemas dessa sociedade como o do filho da protagonista que por apresentar comportamento altamente imaginativo é taxado como hiperativo portador de TOC ou seja lá qual outro transtorno comportamental, é aconselhado a mãe pelos professores que trate o filho com medicação para acalmá-lo para o "bem de todos", problema que cada vez mais cresce hoje em dia qualquer oscilação emocional pode e deve ser tratada com medicação, comprimidos assumem o lugar de uma simples conversação, de uma troca de palavras com outra pessoas e até o lugar das pessoas, o calmante farmacêutico hoje é indispensável para a estabilidade do mundo, sem eles as pessoas podem discutir, argumentar, deixar seu bem de lado e começar a pensar no de todos e coletivismo que busque o bem de alguma coisa além do das grandes empresas hoje não é bem visto, não que o socialismo vá salvar o mundo, nunca chegou nem perto, teoria de organização econômica no contexto atual é totalmente dispensável, basta atualizar o capitalismo mas esse não é o assunto agora.

O filme tem uma visão macroscópia da América Atual o que não convece muito, consegue mesmo nos divertir e nos emocionar com as aventuras das irmãs, em seus trabalhos de limpeza de fluídos corporais de cenas de homicídios e suicídios e de como lidam com essas experiência tão novas para elas, importante ressaltar que apesar não de mostrar todos os problemas do meio em que se passa (apenas tenta) "Trabalho Sujo" acaba apontando uma solução simples e eficiente para todos eles SENSATEZ, RESPEITO e TRABALHO DURO se isso não resolver todos os problemas do mundo já é um bom começo se usados.


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